sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Empatia: Tá faltando

Eu queria parar de falar de amor. Eu queria. Eu queria falar sobre a crise econômica, crise política, sobre o quanto a internet se tornou uma saraivada de palavras de ódio, lamúria e exposição de preconceito, seja ele com gays, com religiosos, com quem é de 'esquerda' e também com quem é de 'direita'. Faltam-me as palavras, as ideias e também uma novidade, porque tudo, para mim pelo menos, poderia muito bem se resumir a amor. Amor nosso pelo próximo. Empatia. Se colocar, de fato, no lugar de outra pessoa não é tão difícil quanto parece. Para mim é tão fácil que acaba se tornando difícil, pois tenho a estranha sensação de que às vezes absorvo tanto o problema dos outros que acabam se tornando meus também. Preciso aprender sobre distanciamento, e as pessoas nas redes sociais precisam aprender sobre aproximação. Sentir-se no lugar do outro e, milagrosamente, respeitar a opinião do outro! Com acusações, dedos em riste e vocabulário chulo não chegaremos assim tão longe, não atingiremos o que queremos. Ainda que eu seja de direita, de esquerda, de centro, ou sei-lá-o-quê, todos queremos o melhor para o país, o melhor para o mundo! Queremos ter uma economia decente, queremos que as pessoas mais necessitadas sejam assistidas e queremos caminhar para frente! Queremos evoluir! Queremos acreditar que os dinossauros não se extinguiram em vão, eles precisavam ser extintos para que nós pudéssemos surgir e sermos nós, seres humanos. O topo da cadeia alimentar, a raça (humana) que teve a honra de possuir alguns valiosos representantes como Einstein, Beethoven, Leonardo da Vinci, Gaudí, Marie Curie, Frida Kahlo, entre outros. Será que a nossa capacidade de criar e de fato mostrarmos a que viemos nesse mundo acabou? Será que não podemos usar nossa capacidade cerebral para de fato criar algo bonito, incrível, que será relembrado pelas próximas gerações como os citados anteriormente? A nossa vida hoje em dia gira em torno de uma disputa política para saber quem realmente tem o poder.

Poder.

Palavra forte. E expressa tanta coisa sobre quem o ser humano quer ser, sobre o que ele realmente quer. Eu me sinto melhor que você, e você se sente melhor que eu. É instintivo. Temos um complexo de superioridade absurdo, ainda mais quando as outras pessoas não têm as mesmas convicções e visão de vida que nós. Não damos nem ouvidos e permanecemos sós, em nosso pedestal, apenas pronunciando um sonoro "você está errado" e esperando o outro ceder. Nunca podemos ceder. Não podemos. Vai contra a maneira como fomos criados. Pedir desculpas, então, só quando estamos muitíssimo arrependidos porque, caso ainda tenhamos qualquer resquício de certeza de que estamos certos, a outra pessoa morrerá sem ouvir as nossas desculpas. E muitas das vezes morre mesmo. Morre com mágoa, com falta de amor. E talvez seja esse nosso destino também.
Não venho aqui julgar ninguém que considere a opinião X ou Y sobre qualquer assunto, a correta. Eu tenho minhas convicções também. Apenas acho que, nem por isso, devemos abandonar o nosso senso de humanidade, de ser-humano. Estamos aqui para mostrar que substituímos os dinossauros não à toa, mas porque estamos em busca de algo incrível. Somos capazes de coisas incríveis. Entretanto, enquanto não descobrirmos a coisa mais incrível que podemos fazer e que temos capacidade igual de fazer - amar -, não iremos a lugar algum.

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