sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

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"[...]Aqui digo: que se teme por amor;mas que,por amor,também,é que a coragem se faz[...]" Guimarães Rosa

Sempre gostei de pensar que era uma pessoa de grandes mudanças,coisas drásticas.E esse particular traço de minha personalidade fez com que eu me arrependesse muitas vezes na vida,entretanto,também é uma das melhores coisas sobre mim. A capacidade de ser mutável,para que ninguém capte meu cheiro,meus gostos,minha vida e pensando de forma sádica me aprisione nisso que chamam de amor. Bom, romântica que sou, já mudei demais fugindo do amor, mas infelizmente, está no meu DNA. Minha mãe me ensinou a amar quando eu era criança, e atualmente, eu a ensino a amar ainda que a rotina possa ser massacrante vez ou outra. Verdade seja dita é que jamais seria capaz de mudanças drásticas por ninguém, me chame de piegas mas gosto de dizer o velho chavão(porém verídico) que devem me amar pelo que sou.Ponto.Me amar pelo que sou...Mas,o que eu sou mesmo? Posso ser tantas coisas ao mesmo tempo que não sei direito em que tipo de personalidade me encaixo.Uma amiga certa vez me disse que eu era 'barroca',mas não pelo fato de eu estar dividida entre a santidade e o pecado (até porque não acho que devamos escolher um lado da moeda quando se trata de vida,penso que há muitos caminhos para ser feliz,e ninguém é tão alguém para julgar o caminho escolhido pelo outro) mas pelo fato de eu ser paradoxal e não saber bem que lado de mim mesma escolher,como um caleidoscópio. Acho que Lispector não poderia ter usado uma melhor metáfora para definir a si mesma - e alguns e algumas leitoras: "Sou caleidoscópica: fascinam-me as minhas mutações faiscantes que aqui caleidoscopiamente registro."
Mais uma carta gigante e egocêntrica,sobre mim talvez, para que você me entenda e eu entenda a mim mesma. Nós dois sabemos que você jamais vai chegar a lê-la,não é?Ok,você já sabe de cada coisa que vou falar e fazer. Não sei se isso vai acabar com meu charme de causar mistérios e inquietudes no outro. Bem da verdade, nunca conheci alguém que me conhecesse tão bem. Eu não sei quem sou, mas você sabe. E ainda diz que me ama toda noite, então , devo ser uma pessoa boa. Na verdade, escrevo para me entender e entender o mundo.É só reparar quantas vezes uso 'na verdade','entretanto'...Acho que é porque perco a timidez diante de um papel e revelo minhas aflições perante o mundo que me cerca e me sufoca!Mas me encanta,também.
Não posso dizer que sei o que você espera de mim,mas acho que sei o que espero de mim mesma...E uma dessas minhas 'esperas' é não desapontá-lo.Nunca. Por qualquer coisa. Sei que já o fiz antes, o farei algumas vezes no futuro ainda (distante ou próximo) mas o importante é saber que você me aceita. Assim. Não sei como eu sou,mas você aceita?Estou dando a mim mesma de presente para você sem nunca ter me visto no espelho exatamente e saber com perfeição cada qualidade ou defeito meu, sou uma bomba relógio de mim mesma. Você ri,né? Sabe o que o espera. Dor de cabeça,trabalho...Dá trabalho cuidar da criança que não cresceu, e da adulta que sempre esteve aqui. Dizer adeus para a adolescência e encarar o mundo real é chato,difícil. Mas eu posso fazer isso contigo,sei que posso.
Aliás,me sinto tão a vontade com você enquanto estamos em qualquer lugar...Diria que você é meu lar móvel,uma vez que independentemente de onde eu estiver,estarei segura contigo. Ah, e tem mais. Seremos amigos ainda que esse romancezinho acabe,rapaz.Sim! Quero ter você na minha vida da mesma forma de sempre. Dane-se se isso te confundir, procure um analista. Mas eu quero que você saiba que eu não quero que nada mude,que tudo continue assim.Exatamente.Pois eu vou gritar se as coisas não estiverem bem por aqui, e eu quero um abraço de ajuda e não de pena. Não quero que você esqueça o número do meu telefone ou a cor dos meus olhos no sol,que você tanto elogia.Não esqueça de mim nunca,está bem?
Um dia te mostro isso tudo. Juro que sim.

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